sábado, 20 de agosto de 2011

BRINCADEIRAS, FANTASIAS E JOGOS DE SEDUÇÃO.

“Não paramos de brincar porque envelhecemos, envelhecemos porque paramos de brincar”. (George Bernand Shaw)
              Uma das formas mais comuns de homens e mulheres exercerem a sexualidade é se imaginarem como protagonistas ou espectadores de um cenário erótico. O uso da imaginação ou as lembranças de experiências prazerosas são aditivos na vida sexual dos indivíduos. Os pensamentos e as imagens de conteúdo sexual que permitem às pessoas sensações prazerosas são as fantasias sexuais. São reais em nossas mentes, pois o corpo reage a elas no desejo, na excitação ou no orgasmo, mas nem sempre são vividas na prática por razões que veremos adiante. As fantasias sexuais estimulam o cérebro para o sexo, e as fantasias são as formas com que o cérebro avisa que estamos prontos para o sexo.
              Por residir na imaginação, não há limites para a fantasia. Tudo é permitido e por meio da fantasia os indivíduos podem ser e fazer tudo (em pensamento), até o que não fazem no cotidiano da vida sexual. Provam-se sentimentos, experiências e desejos que socialmente podem ser proibidos, mas que se liberam na fantasia. Há quem afirme não possuir fantasias e sentir que sua vida sexual é satisfatória, mas o provável é que exista uma repressão inconsciente que confunde pensar com realizar. Já outros possuem fantasias que lhes permitem viver a sexualidade em sua plenitude, guardando o que imaginam em seu íntimo ou compartilhando com o parceiro. As fantasias sexuais atuam como fonte de autoconhecimento, crescimento pessoal, percepção corporal, criatividade, diversificação das práticas sexuais e tema para brincadeiras eróticas. Homens e mulheres possuem fantasias em igual medida, mas poucas são as pessoas que as revelam. Isto ocorre pelas seguintes razões:
• por considerarem que a fantasia é estritamente íntima e faz parte da preservação da individualidade;
• por considerarem que a fantasia pode chocar ou magoar o parceiro, ou confrontar valores
culturais e religiosos;
• por associar uma das fantasias mais comuns, que é a de se relacionar com outra pessoa durante o ato sexual, à infidelidade e causar ciúme ao parceiro ou parceira;

• pela falta de diálogo entre os parceiros sobre o que gostam nas práticas sexuais;
• por desejarem realizar a fantasia e não disporem dos meios necessários;
• por acreditarem que revelar as fantasias é evidência de que a vida sexual está insatisfatória;
• pela insegurança de que ao revelar ou praticar a fantasia, haverá um desgaste do interesse sexual que é alimentado por determinada fantasia;
• por estarem expostos à herança moralista que qualifica as fantasias eróticas como imorais doentias e pecaminosas;
• porque as fantasias extrapolam os limites do modelo de comportamento sexual predominante de relações heterossexuais, coitais, genitais e monogâmicas.
              Importância da Fantasia na Vida Sexual. A fantasia é saudável à vida sexual, pois permite experimentarmos de tudo em nossa imaginação, sem nenhum compromisso com a realidade objetiva. No universo da fantasia não há divisões entre tolo e bizarro, imoral e moral, pudico e obsceno; pode-se pensar em diversos temas para alimentar a motivação sexual.

              Há fantasias que se produzem espontaneamente e são revividas várias vezes porque resultaram em experiência de grande prazer. Outras são involuntárias e o objeto erótico imaginado varia com o tempo. As fantasias sexuais podem se concentrar nos órgãos genitais, nas partes do corpo que cada pessoa acha mais atraente, nas maneiras de receber carícias, nas palavras que gostaríamos de ouvir, nas posições sexuais não experimentadas, nos lugares para a relação sexual, no uso de brinquedos eróticos, na expressão do afeto, no desejo de viver o que leu no relato erótico de um livro ou revista, ou no tipo de vestimenta excitante. Enfim, não há fantasias melhores ou piores, liberadas ou proibidas, mas sim aquelas que expressam nossos desejos e emoções sexuais.
[Tarciana C.] 

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